Bar do Justo


primeira, segunda, terceira, meia-piras, piras e matas




A ignorância ou distração da juventude do meu tempo tinha coisas levadas da breca. Nunca cheguei a entender porque carga de água é que quando "sorteávamos" - não era bem um sorteio, era mais um leilão como na lota - a ordem do lançamento dos gelas (Ó Port, escreve-se guelas ou gelas) e berlindes havia um que dizia logo:

"- últimos"

Logo seguido por um outro que, resignadamente, dizia

"- penúltimos".

Até aqui a coisa parecia seguir uma coerência de escolha, acertada. Ou seja, tinha havido um que tinha gritado, à frente de todos, "últimos" e que por isso tinha ficado com a oportunidade final de tentar lançar o seu berlinde o mais próximo possivel da 1ª covinha e tinha havido um outro, que devido a ter gritado em segundo lugar "penúltimos" poderia lançar o berlinde imediatamente antes do último.

Pois, mas a verdade é que a coisa não sucedia assim. Quem estivesse também a jogar, poderia gritar (e gritava logo),
"- Marralhões!".
Logo um outro dizia,
"- Cavalinho Branco"
E havia ainda uma suprema possibilidade de se gritar
"- Estrelinha do Universo"
Arrebatando a possibilidade de ser o último lançador, deixando todos os outros para a sua frente.

E assim - e aqui apresento a primeira curiosidade - a ordem seria a seguinte:
- em primeiro lugar lançava o que tinha inicialmente dito "últimos" (que ironia do caneco)
- depois lançava o que tinha dito "marralhões"
- depois o que dissera "cavalinho branco"
- logo a seguir - e aqui é que está o busílis da questão - vinha o que dissera, imagine-se "penúltimos"
- e finalmente a famosa "estrelinha do universo".

As perguntas que eu deixo aqui no ar, 30 anos depois, são as seguintes:

- mas nunca ninguém se apercebeu que poderia dizer logo de início "estrelinha do universo" deixando os outros jogadores a degladiarem-se pela pouco atraentes primeiros lugares de lançamento?

- ou será que só se poderia gritar "estrelinha do universo" se alguém cometesse a loucura de desencadear esta disputa com o "marralhões".

- nunca ninguém se apercebeu que era bem mais seguro gritar logo de caras "penúltimos", garantindo mesmo, o penúltimo lugar no lançamento?

- porque carga de água havia um parvo que era estúpido o suficiente para dizer "últimos" sabendo de ante-mão que acabaria por ser o primeiro a lançar?

aniversário - cena II

Há uma cena na fantástica série Freaks and Geeks (aquilo tem tanto de nós, catano!) em que o Sam, para tentar ser mais "popular" lá na escola, vai comprar uma farpela toda modernaça. Sucede porém que o que o gajo acaba por comprar é uma espécie de fato-macaco disco sound. Convencido que fará um sucesso estrondoso com as miúdas, veste aquilo, calça uns botins de tacão, muda de penteado e lá vai para a escola. Como seria de esperar foi completamente gozado pelos Geeks e acaba por fugir para casa cheio de vergonha.



Comigo aconteceu-me algo parecido. A minha mãe foi à capelista do Manecas comprar umas novidades e assim lá fui para a escola todo pimpão. O conjunto era constituído por umas calças de ganga, com duas virolas para fora (altura de 5 cms) ao fundo das pernas - evitava-se assim trabalhos de costura nas baínhas -, uma camisa beije (muito em voga na altura), a bela da gravata bordeaux, uma camisolinha azul por causa do fresquinho e, a finalizar, um casaco perfecto-motorcycle em ganga (que me tingia as mãos de azul quando as punha nos bolsos).

É claro que fui gozado à força toda lá pelo pessoal da escola. Mas não fugi como o herói da série da tv. Não fugi porque depois os profs marcar-me-iam faltas, o que obrigaria o meu pai a dar-me um enxerto de porrada dos valentes.

Sobrevivi a 4 intervalos (atenção que o 3º era de 15 minutos), alguns pastéis de nata na cara, muitas puxadelas na gravata (ó chavalo, tens aqui um bacalhau todo bacano) e outras zombarias

À noite, lá houve a tão esperada festinha, com os habituais salames, molotofs, as schweppes....

E assim, aqui temos, em duas cenas nocturnas: Seth, Port (já com uma acentuada poupa muito à Tony Hadley e com nuances de shampoo de água oxigenada), Dar, o Pires, o meu primo Martelo e o grande Burrié e a mais a sua cabeleira ManuelGalrinhoBentiana)

O que é que te aconteceu neste dia, Waick? Foste jogar rami para a sede, a 10 tostões o ponto?






aniversário - cena I

Naqueles tempos eram frequentes as guerras, as zangas, as pazes, os amuos, as porradas, as tréguas, essas coisas todas.

No meu 13º aniversário, não havia guerra nenhuma. Mas tinha havido, sim senhor. Desta vez tinha sido com o Saraiva. Merdas de putos, o habitual. Coisas que passaram num instante. Por isso quando anunciei: "- Pessoal, logo à noite lá em minha casa, vamos soprar as velas, comer um bolinho e beber uma schweppes.", não esperava que as pessoas pensassem que o convite teria de ser feito individualmente. Nem era preciso.

Contudo.... bom, já lá vamos.

Durante anos e anos, a ementa de todas as nossas festas de aniversário era constituída pelo elementar bolo de 3 andares coberto de chantilly e bolinhas de açucar ou cerejas - feito pela mãe ou outra familiar com mais mãozinhas para os doces - duas ou três tortas dan cake com cobertura de amendoim ou de chocolate e, obviamente, a dupla fantástica: salame e molotof. Estes dois últimos eram comprados à Elvira dos Bolos (pessoa com um espírito fantastico, muito amiga da rapaziada lá da rua e que de vez em quando nos chamava para nos oferecer uns "cus de salame". Uma maravilha.

Qualquer uma dessas festinhas era um evento social da maior importância, não se podia faltar a uma coisa dessas. Lá esperei o pessoal, lá fomos ouvindo um ou outro disco que nos tivessem ofertado e já a festinha estava a decorrer há uns minutos valentes, quando às tantas o Waick Banan me propõe:
"- não queres ir chamar o Saraiva?"
"- o Saraiva? mas ele não veio porquê? não disse para ele não vir, pois não?"
"- ah, não sei. ele acha que não foi convidado. e até me disse "eu acho que o Dar tinha razões suficientes para me convidar!"
"- Razões suficientes para me convidar!?!? Foda-se! Olha-me a formiguita já constrói frases como gente grande, ena, ena. Eh pá, ó Waick, vai lá chamar então o gajo, pá"

Foi. E lá trouxe o gajo. Que vinha com o ar mais abatido do mundo. Nada que uma fatia de molotof e um copo de Frutol não sanasse.

E aqui estamos nós, de cima para baixo, da esquerda para a direita: Waick, Port, Dar, o meu primo Martelo, o Pires e o Nuno "ele tinha razões suficientes para me convidar!" Saraiva, já com a travessa dos palmieres quase vazia e o salame sem os respectivos cus.

E tu, Seth, baldaste-te, estavas doente ou andavas em viagem de negócios?




Nota: não quero bocas relacionadas com o tamanho das minhas golas. Eu já era o metrosexual que sou hoje, não é?

Pivete




Eu já estava a estranhar que não tivessem referido o Queijo Chulé naquela lista feita lá atrás.

Eu já estava a estranhar...

Mas perante certos factos, temos de apresentar provas do crime: pronto cá vai uma foto (não são bem estes mas para quem é, bacalhau basta) (por falar em bacalhau, o cheiro era bem pior que o de bacalhau, não era?) dos tais Tiger, comprados com o Pires no A. Montez, ali perto do Terminal do Rossio.

Memórias Waickianas - Parte 2

Era o início de mais uma tarde no “andar de baixo” do que mais tarde viria a ser o Bar do Justo. Um daqueles solarengos dias de Verão, para aí Julho ou Agosto de 1983, 1984 ou 1985. O grupo iria pôr em prática mais um magnífico passatempo, ideia de Seth.
A saber, Observação de Aviões. Foram atribuídos turnos para os 4 elementos, que com o auxílio de uns “potentes” binóculos teriam de assentar num bloco de papel, o horário da passagem do avião pelo nosso bairro, a companhia de aviação e o modelo do avião. Apenas isto. Fácil, mas também muito chato para Waick Banan. Havia que improvisar. E assim fez. Recordava-se vagamente que no quarto de Dar (um luxuoso espaço, com uns abundantes 3 m2) havia umas revistas “escondidas” debaixo da cama, muito apreciadas na altura pelo grupo, de seu nome “Gina” de fácil leitura e muito instrutivas (bem melhor que as de Port que com as suas revistas do menino “Pedrinho” não convenciam ninguém).
Mas havia algo tenebroso e maléfico à volta das mesmas. Algo que 2 dos outros elementos recordarão de imediato. Uns ténis, de marca Asics Tiger, companheiros de Dar nas suas maratonas e longas caminhadas. Dissuasores quanto baste, assim mesmo, ele não recuou e sem “pestanejar” entrou e saiu do quarto de Dar, com as ditas debaixo do braço. E como Waick recorda com saudade todas as folhas “soltas” da Gina, segundo ele, musas inspiradoras. Waick não recorda com exactidão a duração do seu turno, mas assegura com firmeza e devido à força da idade, que dava para “ver” as revistas, pelo menos por 2 vezes. O pior era ter que acabar o turno e ter de explicar aos companheiros de armas quantos aviões tinham passado. E não é que lhe tocava quase sempre um da Alitália e outro da Air France? Vá-se lá saber porquê…

Nota: O Autor reconhece que as revistas em causa, poderiam ser “Tânias” e que os ténis de Dar, poderiam ser também de outra marca…

Waick

Qlim

Com a autoridade que me advém de ter lido o único livro que li (custou 1500$00, uma fortuna em 1987), estabeleço que o diminutivo de Franquelim é como lá em cima.

Memórias Waickianas - Parte 1

Aquela iria ser sem dúvida a mais importante corrida das 26 agendadas para o dia. Waick partiria do último lugar da grelha (assim tinha sido decidido pela FIA, na altura constituída e representada por Seth e Port).

"tu arrancas lá do último lugar, porque és o mais rápido;
o Saraiva arranca da Pole"

E assim foi. Cá mais para trás na ultima linha com Waick, encontava-se Port e o seu famoso Ligier, com ailerons traseiro e dianteiro, que faziam do "carro" o mais bonito do pelotão em claro contraste com o de Nuno Saraiva que lhe tinha sido ofertado por um gajo duma oficina do bairro e que tinha umas rodas "muita granjolas" mas nada aconselhadas para o efeito que se pretendia.
A partida iria ser dada por Clim (ou Klim, whatever...), que se encontrava na nossa companhia entretido a "desmanchar" um carro abandonado que por ali se encontrava. Ainda não lhe tinha surgido a ideia de contruir um "autocarro de esferas" já aqui mencionado por um dos companheiros.
Waick não depositava grande confiança num bom resultado, afinal era o último da grelha...
Mas a esperança renasceu quando a "FIA" o informou que

"podes dar 4 mãozadas"
desculpa? retorquiu Waick
O Saraiva pode dar 1 mãozada, o Pires 2 e tu podes dar 4"

Clim deu a partida e tudo correu pelo melhor. Sem atropelos nem toques, ao fim dos primeiros 30 metros da descida, já toda a gente tinha ultrapassado o Saraiva, sinal evidente da normalidade da corrida. Nos seguintes 50 metros da mesma, mesmo no fim da traseira do prédio da "Sandra Pachacheira", Waick ultrapassara os restantes elementos do pelotão, colocando-se em segundo lugar logo atrás de Seth.
Waick acreditava cada vez mais na vitória e faltava ainda boa parte da recta do circuito, onde normalmente, graças ao seu peso "extra" e aos seus rolamentos dianteiros minúsculos, ele conseguia obter o maior binário de todos os participantes.
Ultrapassado o último dos obstáculos (Seth) Waick já via a chegada à Escola das Olaias como um sonho concretizado, mas de repente...

"Fo**-*e, o gancho, devia ter travado um bocadinho antes...

Tarde demais. Já estavam todos uns em cima dos outros e ninguém conseguia passar por lado nenhum (A FIA tinha sido bem clara quanto ao pisar do risco que delimitava a pista).
E ali mesmo, aconteceu uma reunião extraordinária da FIA, que deliberou em segundos, que Waick podia dar "1 mãozada" e os restantes "2 mãozadas" porque senão ainda para ali estavam.
Dada "a mãozada" Waick cortou a meta (lembra o autor, que a meta era 10 metros depois do gancho), logo seguido por Seth, que de imediato o parabenizou pela brilhante prestação:

"tu no gancho és sempre a mêma merda"

Terminada a corrida, o pelotão aguardou a chegada do Saraiva para vir com o grupo para cima.

Waick Banan

Notas do Autor: O grupo ficou a saber que aquela tinha sido mesmo a última corrida do dia porque o insano Clim, tinha pegado fogo ao carro abandonado;
O Autor pede desculpa a Port e a Dar mas de todo se lembra da classificação dos mesmos na corrida.


Um grande abraço a todos "and it's good to be back"..

Grand Prix

O primeiro papa-campeonatos de Formula 1 qu' houve tripulava um desses que vedes lá em baixo. Ganhava corridas que Deus-o-dava. Foi no tempo em que bastava 15 corridas para fazer um campeonato mundial, coisa que podia acontecer numa tarde ou ficar para acabar no dia seguinte. E depois havia sempre mais temporadas. Houve sempre até...
Bom! Pelo menos até alguém perder um rolamento de esferas ou quebrar um eixo de pau de vassoura. Nessa circunstância interrompia-se a temporada para reparações mecânicas no motor-home.
Naquele tempo um circuito de fórmula 1 que prestasse tinha necessariamente que ter um gancho, para triar os pilotos mais talentosos. As inovações mais originais dos projectistas de topo eram muito copiadas e aplicadas nos bólidos de esferas do fundo da grelha: ele era spoilers dianteiros; ele era ailerons traseiros; ele era engenhosas soluções de encastrar rodas à marretada em eixos de pau de vassoura dispensando quaisquer pregos; ele era autocarros de esferas (uma originalidade que fez lembrar o Tyrrell de 6 rodas).
E no meio disto havia um notável desportivismo (uma coisa que o alemão rapa-tudo de hoje desconhece, hem). Ficou nos anais um raro gesto de generosidade da maioria dos pilotos: deixar ganhar o Nuno Villeneuve Saraiva, o eterno último em todas as corridas (e partia sempre na pole position). Assim foi. No fim da corrida, aquele Villeneuve das esferas tanto gritou, tanto saltou de alegria a caminho de pódio, tanto balançou com o Ferrari de rolamentos no ar que...
E depois não houve mais temporadas.

McLaren de Esferas

O João Martelo saberá quanto custa um vidro martelado para aí de 2,5m x 1m?

Ele está a chegar. Preparem-se!

HCESAR

Andar ao bilhete?

Noutro sentido (e com pouca inspiração - a hora vai adiantada) fica a bilheteira do Vitória em 1960 (neste dia não havia jogo). Podem os confrades escolher a parede e a moldura para se pendurar.


Devemos agradecer ao Artur Goulart e ao Arquivo Fotográfico da C.M.L..


Esquecia-me de dizer: Manel Lampan, Tinitin, Vitaminas, Pelé, Pequelé, Príncipe, Totina, Careca, Nhó, Ramona, Blé, aquele cigano de nariz achatado (cafeteira?), Zé Lino, Olho (ou Olhinho, ou Olho de Goraz), Clotilde Maluca, Galego, Nelcho, Mateus pxxxxxxxx, Cabrita, Toqui (ou Tó Quim) Cabeçudo, Pedro Carro, Panzer, Panzerina, Françuá, Ruizinho da Júlia, Acha, Zé Alfaiate, Gramunha, Escuna, Galapito, Penico, Nabo, Rui Taranta, Nini, Vítor Duarte do Lugar, Matos, Baixinho, Celso, Cristina das gémeas, Paula das gémeas, Aquela Chavala Gorda, Vanzelera, Luda, Mitó, todas as Cajocas, Sandra Bagaço, Ti Araújo, Ma-Ma-Matos Cruz..., Tóino sem dedos, Ilda do Macaco, Jaquim Nove Dedos, aquele gajo do Casal do Pinto que andou comigo na 2ª classe e chumbou e que muitos anos depois me viu e veio falar à entrada do Centro das Olaias, Açaime, Bibita, Zé Malveira, Brux, Virita, Lojinha d'Avó, Foto Lalita, Ponto Final.

E já agora, porque não: Sexo Mamalhudas, WorldSex Hardcore Sex Pictures, Movies, Free Porn Videos, XXX Live Sex Cams e IURD.

Sobre a loucura do Clim

Quando penso na loucura do Clim, a minha cabeça viaja logo para o dia em que o vi com o Lassiléri, seu companheiro da louca a entrar na Pastelaria Carícia:

- Ó Fernando, dá aí dois branquinhos à gente, pá.
- Olha-me pr'a esta dupla fantástica. Um é o Andy Gray e o outro é, deixa cá ver, olha pronto é o Johnny Bosman!

Já para não falar do dia em que, juntamente com o irmão do Seth Sacannalive, os vi na Calçada da Picheleira:

- Então Clim, onde é que vão?
- Olha... vamos prá Alfredo da Costa. Vamos chupar o sangue das gajas que andaram a parir os putos. Ai ca bom...

E riam, riam, riam....

16 de Maio de 1982

Não é realmente meu hábito andar a desmascarar nebulosas e caluniosas intenções de deitar abaixo a moral e a hombridade da minha pessoa. Normalmente cago para o assunto.

Por isso mais que um ajuste de contas, estou aqui a repôr a veracidade histórica dos factos aqui relatados.

Lá pela Primavera de 1982, o nosso querido Waick Banan não estava muito bem visto perante o resto dos seus pares. Ou por ter sido outorgado por um joguinho electrónico o qual nunca era emprestado a ninguém "eh pá, joga mais devagar, caneco. olha que me aqueces os comandos!" ou por ser um semítico do camandro ou ainda por outra coisa qualquer que agora não me alembra.

Essas suas manias valeram-lhe duas sentenças, uma minha e outra do Burrié: nem apareças lá em casa, ouviste!

Valeu-se da ausência de comunicação entre os pais e os filhos e apareceu sem convite no aniversário do Burrié. Apesar dos meus avisos lá na festinha, fez ouvidos moucos e a meio da primeira parte - já nós os três mais o Pires e o aniversariante cabeludo estávamos de volta do televisor a apostar prognósticos para o resultado - decide tocar à campaínha a ver se a coisa pegava. Foi lá a minha mãe abrir a porta: "Entra meu querido, o jogo já começou."

Entrou perante os olhares reprovadores de nós todos, sentou-se e, ao saber que tinhamos feito alguns vaticinios, prognosticou "O resultado vai ficar em 5-3".

E ficou! Golos de Cristiano (2), Chana (2) e Zé Carlos. Foram também campeões do mundo Fernando Pereira, Franklin, Leste, Ramalhete, Sobrinho e Vítor Rosado.

Estamos entendidos?

Quelho

Porra, há coisas que eu não admito. Quer-se dizer, então não é que começo aqui a ver registos pouco abonatórios sobre o grande Quelho?

Eu quero aqui recordar aos meus companheiros de tasca (qual confrades, qual carapuça) que isto de só demonstrarem e relatarem a história do hóquei não-patinado apenas pelos livros de registos das finais dos campeonatos tem muito que se lhe diga.

Recordo aqui que eu, Quelho de nome artístico, não teve esse célebre enorme stick verde (originário dumas prateleiras velhas da loja do meu pai) durante toda a história do hóquei da Capitão Roby. O meu primeiro stick era barrocamente trabalhado e cortado com serra tico-tico, na black & decker workmate do meu pai. E meus caros leitores, relembro que com esse mesmo stick fiz memoráveis golos, daqueles de passar por detrás das balizas, rematando depois por entre o meu braço direito e a minha ilharga, passando a bola pelo buraco da agulha.

E não só. Bem sei que não tinha a habilidade do Burrié, quer à baliza (fazendo as tais defesas com o pé levantado, à Ramalhete) quer no ataque (o gajo era o nosso Leste, porra. até tinha cabelo à Leste e tudo), mas são uns malandros em terem desprezado os anos pré-stick "à Quelho".

Aliás, foi esse mesmo stick que teve o seu final infeliz, num jogo em que andei à bulha com o Port, a quem, por vingança, prometi reter-lhe ad aeternum o single do Tainted Love. Ora acontece que na marcação dum livre, o Quelim colocou-se de forma estratégica, a fim de impedir o meu remate. Erro meu, levou com o stick na testa. Como paga por esse gesto mais fatela mas inteiramente involuntário (juro, pá), foi o famigerado stick enxovalhadamente partido e atirado para aquela sargeta localizada de fronte do Martins (a propósito, oh Seth, os primeiros caixotes foram roubados da Mercearia do Albino, pá. o gajo tinha-os escondido, numa escada ao lado do seu estabelecimento que lhe servia de armazém).

Ora pior do que essa humilhação, foi logo de seguida ter ouvido as portas de madeira da escada do meu prédio a baterem com estrondo, anunciando a chegada do Port Portridge. O gajo, tinha ido a minha casa, resgatar o seu Tainted Love:

- Ó Quelho, lembraste de me dizeres que irias riscar o meu disco dos Soft Cell? Olha, ele aqui tão lindinho. Incha, cabrão!

Já cá faltava o careca...

Classix Nouveaux - Guilty

duran vs spandau - o vídeo

duran vs spandau - a história

Dentro do Bar do Justo, sempre houve as nossas rivalidades: dar braxton era (e sou, porra!) do porto e do piquet, port portridge era do sporting e do prost, seth sacannalive era do benfica e do piquet e o waick banan era também do benfica mas nas velocidades era do pironi - que deus tem, ali mesmo ao lado do joão ferreira.
Assim, conclui-se que as três cores futebolisticas estavam bem representadas lá no bar e que na fórmula um os pilotos favoritos começavam pela letra p.

Mas as rivalidades à séria aconteciam na música. Nós, os machos gostávamos dos Spandau Ballet e as meninas gostavam dos Duran Duran. Tão simples como isso. Dessas rivalidades, nasciam discussões parvas (ou não, ou não) sobre quem seria a melhor banda. Ou porque uma tinha saxofonista e a outra não, Ou porque uma tinha uns telediscos mais bacanos que os da outra banda. Ou porque uma tinha uns gajos mais giros que a outra e ambas tinham bateristas feios (o John keeble é feio, ou não?).
Para nós os quatro, o que realmente interessava é que uma banda que faz uma canção com a frase "shattered glass reflects elation" merecia toda a nossa consideração. Mais, ao segundo disco já os Duran Duran não eram muito bem futuristas. Ok, eu aceito que o The Chauffeaur seja futurista, mas o Diamond tinha o Pharoah - futurista até ao tutano - e tinha a célebre frase "stealing cake to eat the moon". Ela há coisa mai futurista que esta frase?

O que é certo é que nunca chagámos a saber quem é que realmente eram os máióres - atenção, para nós não havia dúvidas. Ainda se fizessem uma futebolada entre eles... Mas não. A coisa mais próxima disso foi terem ido à televisão, degladiarem-se num concurso com perguntas sobre música.
Não era bem o decatlo mas parecia-me uma disputa justa. O pior é que o vídeo que aqui apresento não chega até ao fim. E no final do mesmo, as coisa estavam empatadas 14-14.

Agora há coisas que me ficam cá atravessadas, então não é que o marreco do Martin Kemp não sabia quem eram os Fiction Factory?

Oh, deus do céu. Tinhamos ganho aquilo, pá...

filipe fellatio

raispártó verbete que se me desapareceu quando andava em experiências. e logo agora que nem sei muito bem o que escrevi.

prontos, lá terei de rebobinar a imaginação e tentar reescrever o caneco do verbete sobre a batalha televisiva entre os duran e os spandal.

a propósito, a gente tem de fazer uns posts sobre as alcunhas do pessoal lá do bairro.

isto só por que me lembrei que o maduro que dizia spandal era o grande Filipe Broche.


Mas...

Mas agora nem os gatos fedorentos?!...
Mas...
- Mas que quererás, rapaz!

Da jenela

O meu querido confrade Seth disse coisas muito acertadas sobre a panorâmica cá da taberna (epá! Embraixados diz-se Embrechados. Olha que as pessoas notam).
- Custava-te muito teres abrido a jenela?!

Mar da Palha (© Portridge 1989)
Vale de Chelas, Marvila e Mar da Palha, Lisboa, c. 1989.

[Mas agora é de noite e vê-se mal.]

Bi bibi bibi... Mas que raio!

Eu vi os Duran Duran. Vi-os lá com os 'Spandal' (como era o nome daquele Manuel que dizia Spandal?). Tenho a certeza que vi! Mas agora estão os gatos fedorentos.
Querem lá ver!... Devo estar com os copos!




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