Bar do Justo


Grand Prix

O primeiro papa-campeonatos de Formula 1 qu' houve tripulava um desses que vedes lá em baixo. Ganhava corridas que Deus-o-dava. Foi no tempo em que bastava 15 corridas para fazer um campeonato mundial, coisa que podia acontecer numa tarde ou ficar para acabar no dia seguinte. E depois havia sempre mais temporadas. Houve sempre até...
Bom! Pelo menos até alguém perder um rolamento de esferas ou quebrar um eixo de pau de vassoura. Nessa circunstância interrompia-se a temporada para reparações mecânicas no motor-home.
Naquele tempo um circuito de fórmula 1 que prestasse tinha necessariamente que ter um gancho, para triar os pilotos mais talentosos. As inovações mais originais dos projectistas de topo eram muito copiadas e aplicadas nos bólidos de esferas do fundo da grelha: ele era spoilers dianteiros; ele era ailerons traseiros; ele era engenhosas soluções de encastrar rodas à marretada em eixos de pau de vassoura dispensando quaisquer pregos; ele era autocarros de esferas (uma originalidade que fez lembrar o Tyrrell de 6 rodas).
E no meio disto havia um notável desportivismo (uma coisa que o alemão rapa-tudo de hoje desconhece, hem). Ficou nos anais um raro gesto de generosidade da maioria dos pilotos: deixar ganhar o Nuno Villeneuve Saraiva, o eterno último em todas as corridas (e partia sempre na pole position). Assim foi. No fim da corrida, aquele Villeneuve das esferas tanto gritou, tanto saltou de alegria a caminho de pódio, tanto balançou com o Ferrari de rolamentos no ar que...
E depois não houve mais temporadas.

McLaren de Esferas

O João Martelo saberá quanto custa um vidro martelado para aí de 2,5m x 1m?

3 Responses to “Grand Prix”

  1. # Anonymous Anónimo

    - É coisa para uns 40 merréis - poderia ter dito o Martelo, com o rosto fechado e após várias insistências nossas.

    Por isso, foi mesmo melhor termos fugido. À frente, iria o Saraiva, que não conseguiria disfarçar o olhar ainda esgazeado.

    Ah, tempos do caraças...

    Grande Abraço  

  2. # Anonymous Anónimo

    Na altura, o oito e oitenta andavam lado a lado. Tanto deixávamos o Saraiva ganhar uma corrida como "lembrávamos" o martelo que tinha os dedos "um bocado desviados". Mas foram bons tempos, foram sim senhor.
    Abraço Prost.  

  3. # Anonymous Anónimo

    Fabuloso! Dos vossos comentários projectou-se-me na retina a exacta imagem do João. Alguém se lembra daquela história:
    - O quê? Foi o Joãozinho com o martelo?
    Saúde!
    Port  

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