Bar do Justo


quelho

realmente uma geração que cresceu sem random acess memory tinha de fazer das tripas coração para inventar formas de brincar.

já aqui foram faladas algumas delas. outras, serão mais tarde também discutidas. hoje lembrei-me que costumavamos fazer na minha escada "campeonatos de defesas".

e aqui tenho de fazer homenagem ao grande zé "galrinho bento" burrié que era sem dúvida o melhor de nós todos.

a coisa era muito simples: havia um que era o rematador e os restantes combinavam entre si, em segredo, nomes de guarda-redes (tu és fulano, tu és sicrano, etc). depois de apresentados os nomes à escolha - sem saber quem tinha escolhido quem - o rematador enunciava a ordem pela qual os guarda-redes seria postos à prova, através dos seus remates e das respectivas defesas. eram atribuídos pontos por cada defesa que fosse efectuada - meio ponto se fosse um defesa fraquita, um ponto se fosse uma defesa já com alguma dificuldade ou se fosse uma bojarda, ponto e meio se fosse uma defesa para o boneco e dois pontos, raramente atribuídos se fosse a chamada defesa para o slide (muito acima, portanto, da fotografia). ao fim de três golos consentidos, verificava-se qual a pontuação acumulada e passava-se ao guarda-redes seguinte.

lembrei-me disto porque há nomes que só mesmo quem tivesse jogado aos campeonatos de defesas, ainda se recorda.

a saber:

- zé gato - mítico
- koncilia - autríaco
- sepp (dizíamos "set") meier
- tibi - primeiro do porto e depois do famalicão
- fonseca
- ferro - o do bairro
- bento
- damas
- cerqueira - do penafiel ou do salgueiros?
- leão
- matos - nessa altura no boavista
- conhé - talvez no braga
- botelho
- fidalgo - nessa altura, se calhar, no sporting
- clemence - que era pronunciado como cléménç
- arconada
- shilton
- meszaros
- delgado
- benje - nessa altura no leixões
- pfaff
- zoff
- fillol
- ectori (ajudem-me que eu não sei escrever o nome deste gajo)
- melo - o da académica
- helder - o da académico de viseu
- vaz - do setúbal e depois também do académico de viseu

5 Responses to “quelho”

  1. # Anonymous Anónimo

    O Conhé foi da CUF e no fim do Sporting, não? O Vaz foi do Sporting no tempo do Fidalgo.
    Isto tudo é duma era A.P.E.S.A.
    Abraço
    Siglário: Antes das Portas da Escada Serem em Alumínio.  

  2. # Anonymous Anónimo

    Ettori, Jean-Luc Ettori (também apodado pelo Port de "O Cagalhão" pela sua ridícula altura).

    Guarda-redes da Selecção da França no Espanha 82, nunca convenceu. Só fez 9 internacionalizações em toda a sua vida e tem um papel maior nas nossas memórias do que na história do futebol.

    No primeiro jogo depois do Mundial, encaixou 4 secos da Polónia e aí quem o quisesse voltar a ver era mesmo só a atirar-se para as tábuas em frente à porta do Martelo.  

  3. # Anonymous Anónimo

    O amigo Dar tem razão: o Zoff também por ali andava.

    Só que nessa altura era chamado de Dinozoff (assim, só de um remate).

    Para nós, ouvir falar em Zoff não passaria de um diminutivo. Como o seria o Cilia. Kon Cilia.  

  4. # Anonymous Anónimo

    Não me lembro nada desse Ettori. Mas se tu o dizes... (que raio de coisa que eu havia de dizer!) Cumpts.  

  5. # Anonymous Anónimo

    Era difícil à brava de adivinhar que atirados 3 ou 4 nomes para o rematador e um deles era o do Galrinho Bento e que esse gajo era o Zé Burrié...
    Aproveito para dar início amanhã mesmo, no escritório, ao baptismo de "conhé" a alguns colegas meus... É que soa mesmo divinal:
    "Ó Conhé, chega aqui..."
    "És mesmo Conhé..."
    "Vê lá se o gajo não tem mesmo cara de Conhé..."
    Abraços e parabéns pela história genial.  

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